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Entrevista
 
 
                  
 
                       Teófilo Fernando
                                              
       A voz da originalidade e criatividade
no Jornalismo desportivo
                               
                               
                                                                                          Entrevistado por: Andreia Carneiro
 
 
 
 
 
 
Onde e quando descobre que a voz seria a arma profissional que aliada a criatividade e profissionalismo fariam o Teófilo Fernando, jornalista de hoje?
 
 
Mais do que a voz, foi ter descoberto uma paixão: a rádio… já lá vão 28 anos. Comecei numa “pirata”, a Rádio Atlântico, em Matosinhos. Tendo sido convidado a continuar após o processo de legalização, fiz parte da redação e gradualmente descobri que era isso mesmo que queria, fazer jornalismo na rádio.
Essa experiência foi decisiva. Fui descobrindo que tinha capacidades.
A voz ajuda, é elemento importante para quem comunica, mas a forma como conseguia fazer algumas coisas – editar noticias, reportagens, entrevistas – foi-me dando o sentido da minha orientação.
Depois da “escola” Rádio Atlântico, veio a “universidade” T.S.F. e na Antena 1 vou fazendo o “mestrado”.
 
 
 
Se me colocassem três reportagens para ouvir, sendo elas lidas por outras pessoas eu descobriria qual a sua. Graças a uma soberba criatividade aliada a uma grande exigência profissional.  Tem noção que nos marca em cada reportagem ou directo que faz?
 
É o melhor elogio que posso receber. Ter a minha marca.
Comunicar com clareza, objetividade e originalidade. Julgo ser importante que se tenha um registo próprio.
 

Qual o jogo ou jogos de futebol que mais o marcou ate hoje e porque?
 
 
Destaco 5 jogos. Em 2003, a Final da Taça Uefa, entre FCPorto e Celtic, em Sevilha.
Num dia de calor sufocante o jogo foi vibrante com a vitória do FCP por 3/2, só conseguida no prolongamento, golo de Derlei.
Em 2004, durante o Europeu que decorreu em Portugal… fiz reportagem de todos os jogos da Seleção de Portugal e será difícil esquecer o Portugal/Inglaterra.
Foi um jogo decidido nos penáltis, que terminou com o guarda-redes Ricardo a marcar um e a defender outro… sem luvas.
Ainda do Euro 2004, ficará para sempre na memória a derrota de Portugal na Final, no Estádio da Luz… foi uma sensação muita estranha.
No Mundial 2006, na Alemanha, destaco o Portugal/Holanda, dos oitavos-de-final, em Nuremberga.
Ganhamos 1/0, golo de Maniche, num jogo com 12 cartões amarelos e 4 expulsões…
Finalmente um jogo que ainda hoje lembro muitas vezes por uma situação marcante.
A morte de Miklós Féher, durante o Vitória/Benfica, em Guimarães. Tenho a ficha desse jogo guardada e olho para ela algumas vezes.
 

Ser repórter de pista coloca-nos mais perto de tudo e de todos. O que se sente quando uma equipa vence o campeonato e o Teófilo vai ao encontro da noticia no meio da euforia?
 
Acompanhar os jogos junto do relvado é uma sensação fantástica. Estamos na 1ª fila.
Infelizmente nos últimos tempos os repórteres de pista estão mais limitados. Quando andamos à “solta” em reportagem durante festejos é o nosso mundo. E só se tem noção real da situação quando passadas algumas horas quando vamos ouvir a gravação.
 

Qual a entrevista que o marcou mais até hoje?
 
José Mourinho. É com orgulho que destaco alguns trabalhos que fiz relacionados com triunfos de Mourinho, em Inglaterra, Itália e Espanha. Nessas ocasiões fui destacado pela Antena 1 e tive o prazer de entrevista-lo.
É único.


 Já sentiu receio em alguma situação, no mundo do futebol, enquanto desempenhava a sua função?
 
Já passei por momentos “quentes” mas felizmente nunca senti medo. Mas reconheço, agora, que algumas situações foram delicadas.
Faz parte.
 
 
          E porque nem só de futebol vive um jornalista desportivo. Seguimos de bicicleta...
 
 
 
 
 

Como se vive uma exigente volta a Portugal? Já conta com mais de uma dúzia no currículo.
 
 
Já fiz 14 Voltas a Portugal. E só me falta mesmo ir de bicicleta.
Acompanhei de carro, de moto, já andei na viatura do diretor de corrida, numa viatura de uma equipa... no carro Vassoura e na meta a relatar as chegadas. É uma experiencia única.
É notável a disponibilidade de todos, destacando a dos corredores.
A porta está sempre aberta.
 
 
Que vitória foi mais intensa de testemunhar junto à meta?
 
As chegadas à Torre na Serra da Estrela e à Senhora da Graça, em Mondim de Basto são mágicas.
Parece que nunca mais lá chegam e quem vence estas etapas tem sempre estatuto de herói. As chagadas ao sprint é uma descarga de adrenalina.
Neste caso acompanhei algumas vitórias vibrantes de Cândido Barbosa.
Gosto muito de ciclismo. Passo horas em frente à televisão a ver provas.
 
 
 
O desporto motorizado também lhe cai como uma luva. Aprecia o desporto automóvel com paixão ou, apenas, obrigação profissional.
 
No caso dos “automóveis” particular agrado pelos Ralis. É uma disciplina que aprecio.
Um dia de prova é longo. Nada pode falhar.
Também já coleciono com muito prazer vários Ralis de Portugal. Mas confesso sou um apaixonado pelo Ralis
 
 

E, finalmente, como é que a sua esposa aguenta tantos anos consigo, com tão poucos fins de semana disponíveis para ela?
 
Já faz parte da rotina. Passar um fim de semana em casa é que se torna estranho.
Mas sem dúvida que só tenho a agradecer a compreensão e apoio.Tem sido fundamental contar com a Marta – e com a minha filha Raquel – que fazem disto uma situação normal. Não posso pedir mais.Tenho as mulheres perfeitas...
 
 

 
E assim se faz um jornalista dedicado, respeitável e que merece a admiração de todos.
 
 

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