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Voz da Rádio



Hugo Miguel

O menino da rádio,
O senhor espetáculo!

entrevistado por: Andreia Carneiro


Quem és?

Boa pergunta... Alguém que desde cedo sonhou com o mundo da rádio, da televisão e dos espetáculos. Com apenas doze anos, comecei a fazer rádio. O primeiro grande sonho estava realizado. Mais tarde consegui abrir a minha própria empresa de espetáculos e fiz televisão. A vida tem sido muito generosa comigo, por isso posso dizer-te que estás a entrevistar um homem feliz. De bem com a vida. Trabalho muito, é verdade, mas não trocaria a minha vida por nada...

O que irrita o homem feliz que tenho à minha frente?

Tanta coisa... A crueldade com que nos deparamos diariamente. A falta de amor entre o ser humano. A vaidade absurda de certas pessoas....


Eu sei que és exigente e muito profissional.... e há quem chame a isso mau feitio, que eu adoro! O facto de trabalhares há vinte anos e seres tão jovem exigiu muito de ti? Certo?

Tens razão! Há quem diga que tenho mau feitio (e assumo que tenho), mas acima de tudo, sou muito profissional e exigente comigo e com a minha equipa. Não brinco às rádios, nem aos espetáculos. Com doze anos, já estava várias horas sozinho num estúdio de rádio. Isso fez-me crescer, mas exigiu muito de ti. Fui obrigado a crescer sem que me apercebesse disso.


Tu cedo descobriste que era isto, o espetáculo, a rádio e a comunicação o teu mundo. E num primeiro momento achavas que ser padre era uma forte possibilidade!
Sim. É a primeira vez que falo disto.
Após a separação dos meus pais, refugiei-me na igreja e não faltava a nenhuma cerimónia o que fez com que em pouco tempo, "já soubesse rezar uma missa completa". As pessoas achavam-me piada. Tinha seis anos. Na altura sei que procurei ajuda na fé, para que o meu pai voltasse para casa (o que mais tarde viria a acontecer.) As coisas não correram bem e quando se dá a separação final, fiquei revoltado e deixei de acreditar na religião. Já mais tarde, tive a noção de que nunca poderia seguir a vida de sacerdote.
No entanto, tudo muda. Quando começas a fazer rádio, na varanda!?
Depois da igreja, a música tornou-se "a minha religião". Até hoje é assim. A rádio era a minha companhia, bem como a televisão. Aquelas brincadeiras na varanda fizeram-me perceber que era mesmo a rádio que eu queria para mim.
Gostava que contasses como eram esses programas de rádio para os vizinhos! E a verdadeira realidade da rádio que tiveste tão cedo!
Eu tinha o sinal horário gravado, bem como, diversos spots publicitários de algumas rádios e brincava às rádios na varanda. Fazia as minhas próprias emissões com música, publicidade, sinal horário, notícias e até discos pedidos (a avó era a ouvinte e cúmplice). Os vizinhos não deviam achar muita piada (começava logo pela manhã) e só parava ao fim da tarde. A verdade é que quem ouvia dizia que eu tinha jeito e isso fazia-me alimentar cada vez mais o "bichinho da rádio".
Quando me iniciei em rádio, a realidade, não foi assim tão diferente. O sinal horário e a publicidade ainda era em cassetes. Hoje em dia, perdeu-se grande parte da magia da rádio com o computador. Embora a qualidade de cada emissão seja completamente diferente e muito melhor, quase sem margem para erros ou "brancas", eu continuo a preferir utilizar os cd's em formato físico e raramente utilizo o computador para fazer playlist. Gravação de programas é outra coisa que me tira do sério. Não gravo emissões. Atualmente, todos os meus programas são feitos apenas em direto.
 Depois de tantos anos na rádio, o que sentes cada vez que sais de casa para ir para rádio?
A magia é a mesma. O entusiasmo é igual. A rádio continua a ser o amor da minha vida.
E o teu entrevistado de sonho?
 Até hoje já tive entrevistas que me marcaram imenso. Talvez pela admiração, respeito e amizade que me liga a ele, gostava de entrevistar o João Baião. 
No mundo do espetáculo trabalhas com grandes artistas. O que sentes com o crescente aparecimento de "pseudo cantores"?
Tenho o maior respeito pelos sonhos das pessoas mas, infelizmente, grande parte das novas vozes, não sonha com a música, sonha apenas com a fama. Querem aparecer na televisão, encher as redes sociais de show-off ( espetáculos que mais não passam de apresentações gratuitas e de promoção, discos de ouro que resultam da venda de cds que ficam arrumados em caixas nas garagens, etc...), isto confesso que me faz muita confusão.
E o nosso portugal que te parece?
Eu tenho muito orgulho no País que temos. Acredito que por vezes seja mais fácil criticar e baixar os braços, do que ir à luta. Somos um país de defeitos e ao mesmo de sonho.
E é nesse portugal que tens a maior parte das pessoas que amas e admiras. Com quem gostarias de comemorar esta entrevista que marca os 20 anos da tua carreira!

Com a minha família, com amigos, com os ouvintes que continuam, semanalmente, a fazer do meu programa um sucesso de audiências e com os meus clientes, que continuam a apostar na, Festas ao Rubro, para a organização e produção das suas festas e eventos. Todo o meu sucesso profissional deve-se a quem gosta de mim e do meu trabalho.



Quem e a mulher da tua vida?

Tenho mais do que uma. Tenho duas. A minha mãe e a minha avó materna.

Quais as comidas delas que te deixam derretido?

O bacalhau com broa da minha mãe e as pataniscas que a minha avó faz.

Quais as músicas que te acompanham em viagem neste momento?

Os novos cds da Mariza, Bruno Correia e Nikita.

E por falar em viagem... qual a tua, inesquecível?

Até ao momento Cabo Verde.

Tu és fã de boa comida. O que servirias à Mariza para um jantar feito lá em casa?
 Um rolo de bacalhau com legumes salteados.

O que bebes numa saída noturna com amigos?

Coca cola zero ou Red Bull.

Escolhe uma música para um jantar romântico...

Adore You da Miley Cyrus.

Uma música para as estrelas dos reality shows ehehhe?

Qualquer uma do Quim Barreiros.

Qual é o teu programa de radio de sonho, que ainda queres concretizar?

Um programa da manhã, em dupla com a Andreia Carneiro...

....


Já conheceste o amor da tua vida?

Não tenho dúvidas que sim!


 

 



Obrigada por tudo!
 ÉS único
AC

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